Problemas pessoais no trabalho: como afetam a empresa?

Quando funcionários levam seus problemas pessoais ao trabalho, podem comprometer tanto a produtividade individual quanto o desempenho do time. Embora “deixar as preocupações em casa” seja uma expressão comum, na prática, algumas dificuldades acompanham e atrapalham a vida profissional.
Mas como as questões particulares afetam o negócio? Como o RH e líderes devem lidar com essas situações para promover um ambiente saudável e eficiente? Continue a leitura e descubra!
Quais os impactos dos conflitos pessoais na empresa?
Segundo o relatório Task Management Trends da Reclaim.ai, apenas 53,3% do tempo é realmente gasto em trabalho produtivo.
As dificuldades internas que contribuem para essa falta de rendimento, prejudicam a concentração e a motivação. A postura pessimista pode gerar circunstâncias como:
- faltas ou atrasos frequentes que afetam o fluxo de tarefas;
- redução no nível de engajamento;
- menos cuidado na execução de atividades;
- diminuição da qualidade do trabalho;
- maior ocorrência de erros;
- esgotamento mental e burnout.
No entanto, os impactos dos conflitos pessoais na empresa vão além do indivíduo, pelo potencial em criar um ambiente corporativo desagradável.
Esse contexto intensifica a tensão, prejudica a comunicação e enfraquece a colaboração entre colegas. Em alguns casos, também levam ao isolamento social, o que compromete a harmonia e a eficiência do trabalho em equipe.
O resultado desses fatores é um negócio ineficaz, sem inovação e com colaboradores infelizes, propensos a equívocos e insatisfeitos profissionalmente.
Portanto, é essencial que os supervisores e o departamento de Recursos Humanos observem sinais sutis que indicam quando um membro da companhia enfrenta problemas pessoais no trabalho. Ao identificá-los precocemente, é possível intervir e oferecer o suporte necessário.
A seguir, conheça as principais origens dessas questões.
Quais os problemas pessoais mais comuns no trabalho?
Os problemas pessoais mais comuns no trabalho são aqueles que interferem diretamente no desempenho e no relacionamento com os colegas. Confira a lista.
Estresse e ansiedade
De acordo com o estudo da Atticus, 52% das lesões no local de trabalho têm relação com estresse e ansiedade. Essas condições ocorrem por diversos fatores, tanto da vida pessoal quanto profissional.
Falta de descanso adequado, curto período de sono e dificuldades familiares são motivos frequentes, mas o excesso de tarefas, a pressão por resultados e a dificuldade em lidar com expectativas também podem causar sobrecarga mental.
Problemas de saúde
Os problemas pessoais no trabalho podem surgir de questões de saúde física ou mental, como doenças crônicas, transtornos de ansiedade e depressão.
Esses desafios não apenas afetam a energia e o foco, mas também atrapalham na tomada de decisões e no cumprimento de prazos.
Além disso, situações de saúde fragilizada podem causar acidentes, ao aumento do absenteísmo e até mesmo gerar conflitos no ambiente corporativo caso não tenham o suporte adequado.
Relacionamentos interpessoais
Problemas pessoais no trabalho também podem comprometer as relações com colegas e gerar desentendimentos. Ao desencadear um ambiente desagradável, a colaboração do time e a qualidade das entregas podem ficar em risco.
Da mesma forma, sentir-se excluído ou desconectado do espaço profissional reduz a motivação e limita a dinâmica coletiva.
Baixa autoestima ou insegurança
Indivíduos com baixa autoestima são aqueles que encaram críticas ou pressão como um obstáculo, de forma que impedem a confiança em suas habilidades e frequentemente se sentem incapazes de lidar com desafios no ambiente de trabalho.
Essa negatividade pode afetar a motivação e dificultar a busca por soluções e o desenvolvimento de estratégias.
Por que o RH deve lidar com problemas pessoais no trabalho?
É importante promover um equilíbrio saudável entre as atividades corporativas e pessoais dos funcionários. Segundo o Panorama do Bem-Estar Corporativo da Wellhub, 88% dos profissionais valorizam o bem-estar no trabalho tanto quanto o salário e 83% sairiam de uma empresa que não prioriza a qualidade de vida dos colaboradores.
Adotar uma abordagem humana e oferecer suporte para superar desafios pode levar à retenção de talentos, ao fortalecimento da lealdade e estimular a motivação.
Nesse contexto, os líderes desempenham um papel crucial. Aqueles que têm contato próximo com seus subordinados podem detectar mudanças de comportamento antes que reflitam no desempenho e bem-estar.
É essencial que estejam atentos aos indícios de complicações particulares e saibam como lidar com essas situações eficazmente.
Além disso, a empresa deve cumprir a nova NR-1.
O que muda com a atualização da NR-01?
Os riscos psicossociais, que incluem fatores como assédio moral e sexual, são causas significativas de adoecimento entre os trabalhadores. De acordo com a atualização da Norma Regulamentadora Nº 1 (NR-1), o cuidado com a saúde mental no ambiente corporativo agora também faz parte dessa regra.
Essa atualização reforça a importância de um ambiente de trabalho saudável e livre de qualquer forma de violência. A norma exige que as empresas documentem e monitorem esses riscos de maneira sistemática.
A documentação adequada é importante para identificar problemas e implementar medidas corretivas eficazes. Portanto, é necessário realizar avaliações regulares e manter registros detalhados para garantir a conformidade com a norma.
Como ajudar um colaborador com problema pessoal?
Estabelecer estratégias é essencial para ajudar colaboradores a superar suas próprias dificuldades, de forma que esses problemas não os afetem na empresa. Confira 4 dicas:
- prezar pelo equilíbrio entre trabalho e vida pessoal ao estabelecer políticas claras de horários e quantidade de tarefas para prevenir a sobrecarga, reduzir conflitos e garantir que haja tempo para lidar com questões privadas;
- oferecer cursos de autodesenvolvimento, com temas como finança doméstica, inteligência emocional e relacionamento familiar, são alternativas para auxiliar a equipe a lidar com seus problemas pessoais no trabalho;
- adotar uma abordagem empática e mostrar que a organização se importa com o bem-estar dos funcionários. Uma gestão humana é amigável e disposta a ajudá-los a superar seus desafios;
- criar um ambiente integrativo sem insegurança psicológica, em que há previsibilidade e conhecimento do papel laboral, livre do medo constante de desligamentos ou de interações negativas, essencial para promover relações de confiança.
Por fim, lembre-se de que cuidar das próprias preocupações e saúde mental também deve fazer parte da liderança.
Como lidar com os problemas pessoais?
Saber como lidar com problemas pessoais requer autoconhecimento, organização e busca por apoio. Estabeleça limites entre a vida particular e profissional, busque suporte quando necessário e priorize o autocuidado. Adote também uma comunicação clara e pratique a gestão do estresse para manter o equilíbrio e a produtividade.
Ao refletir sobre seus sentimentos e atitudes, é possível entender as raízes das suas preocupações e descobrir como solucioná-las. Tente identificar as situações que mais afetam sua energia e felicidade e considere formas de modificá-las para reduzir impactos negativos.
Esse zelo não é apenas uma questão de produtividade, mas de qualidade de vida. Priorizar sua saúde mental e emocional é fundamental para viver de forma mais plena e realizar seus objetivos.
Conheça o Inventário Psicossocial da Mapa HDS
O Inventário Psicossocial da Mapa HDS avalia os fatores que podem ter um impacto significativo na presença ou na ausência de riscos psicossociais, com uma análise que envolve a mensuração de dimensões sociais e sua interação com o ambiente laboral, características e condições de trabalho.
Dessa forma, o instrumento facilita o entendimento de fatores de riscos que impactam na saúde, satisfação e desempenho dos colaboradores de uma empresa.
O Inventário avalia fatores como:
- saúde e bem-estar: identifica condições relativas à saúde física e mental que podem impactar na realização de tarefas;
- identidade: aspectos relacionados à identificação do profissional com seu trabalho, com o que busca e espera de uma organização;
- relação com grupos sociais externos: parâmetros da vida familiar que apresentam alguma interferência prejudicial na rotina corporativa e vice-versa;
- relações interpessoais: vivências na organização em relação à profissionais de diferentes hierarquias e circunstâncias organizacionais;
- competências/exigências emocionais e cognitivas: atitudes de atenção ou cuidado que o sujeito e a empresa possuem em relação mútua;
- condições e estrutura de trabalho: classifica emoções e comportamentos como possibilidade destes contextos impactarem ou não em sua saúde emocional e na capacidade de execução da tarefa.
A atuação da Mapa HDS vai além do mapeamento de fatores como assédio moral e sexual, porque:
- avaliamos colaboradores com diagnósticos individuais, coletivos e organizacionais;
- temos indicadores específicos para avaliação de riscos, prevenção de acidentes e saúde emocional;
- contamos com indicadores de risco de acidente por precipitação e por negligência.
Dessa forma, é possível evitar comportamentos prejudiciais e estabelecer uma relação entre produtividade e bem-estar.
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