Gerenciamento de riscos psicossociais: o que é e como fazer?
O gerenciamento de riscos psicossociais no trabalho é um importante compromisso do empregador com a saúde dos trabalhadores. Contudo, com a atualização da Norma Regulamentadora (NR-01) em 30 de julho de 2024, esses cuidados ganharam ainda mais relevância.
A mudança prevê que as empresas implementem medidas para garantir um ambiente seguro e saudável para seus colaboradores, o que inclui avaliações contínuas dos riscos a fim de prevenir situações de assédio e violência no trabalho.
“A partir de agora, as empresas terão que fazer a gestão desses ambientes de trabalho para que eles não adoeçam o trabalhador mentalmente. Para que não haja excesso de sobrecarga de trabalho e para que seja garantido um ambiente de trabalho saudável”, explicou Rogério Araújo, diretor do Departamento de Segurança no Trabalho.
Para além de uma obrigação legal, o cuidado com o bem-estar das pessoas no ambiente laboral é uma necessidade, visto que impacta a sua produtividade e afeta diretamente a sua saúde mental. A pergunta, então, é: como começar?
Neste conteúdo, explicamos o que são os riscos psicossociais, apresentamos exemplos práticos e mostramos como identificar, gerenciar e prevenir tais ameaças.
O que são os riscos psicossociais?
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) define os riscos psicossociais como interações entre os fatores presentes no ambiente organizacional, o que inclui condições laborais, relações interpessoais e a cultura da empresa. Esses elementos afetam a experiência do trabalhador e influenciam negativamente sua saúde, desempenho e satisfação em relação ao trabalho.
Ou seja, riscos psicossociais são aspectos ambientais que afetam o bem-estar e a saúde mental dos colaboradores e podem levar ao adoecimento.
Entretanto, é possível moldar o ambiente para produzir o efeito oposto, isto é, criar um espaço favorável ao desenvolvimento pessoal e profissional. É aí que entra o gerenciamento de risco psicossociais, que abordaremos mais adiante neste texto.
12 exemplos de riscos psicossociais no trabalho
De acordo com a Agência Europeia para a Saúde e Segurança no Trabalho (EU- OSHA), os fatores de risco psicossocial são fruto da má gestão do trabalho e de um contexto problemático, o que afeta os aspectos psicológico, físico e social.
Com base nessa definição, entre os principais exemplos de riscos psicossociais no trabalho, temos:
- jornada exaustiva;
- prazos inalcançáveis;
- exigências descabidas ou contraditórias;
- condições precárias;
- comunicação insuficiente ou ineficaz;
- falta de clareza na definição das atribuições,
- não inclusão do trabalhador nas tomadas de decisões que o afetam;
- falta de autonomia na execução de sua função;
- problemas na implementação de mudanças organizacionais;
- falta de apoio da liderança ou dos colegas;
- conflitos interpessoais;
- assédio moral e sexual no ambiente de trabalho.
Contudo, um mapeamento preciso e completo requer uma avaliação ampla, que analise o perfil do seu negócio em profundidade, bem como as características de cada trabalhador.
Para entender como promover o equilíbrio emocional no ambiente organizacional, baixe gratuitamente nosso Guia de Avaliação Psicossocial focado em aspectos emocionais, que aborda os seguintes pontos:
- como identificar riscos psicossociais no ambiente de trabalho;
- como promover fatores psicossociais protetivos na empresa;
- avaliação psicossocial para o diagnóstico e prevenção de acidentes.
Como os riscos psicossociais impactam a saúde e o bem-estar dos funcionários?
Quando não tratados, os riscos psicossociais afetam o bem-estar dos funcionários e, conforme sua gravidade, causam impactos significativos em sua saúde mental.
Por exemplo, ao se sentir sobrecarregado ou desvalorizado, o desempenho do trabalhador cai. Ademais, a exposição prolongada a ambientes estressores tende a gerar problemas, como hipertensão e insônia. Em casos avançados, o estresse crônico evolui para quadros de ansiedade, depressão e até mesmo burnout.
Todos esses problemas impactam sua produtividade e provocam consequências negativas, não apenas individualmente, como para a companhia. Vale citar o aumento das taxas de absenteísmo e de turnover, além do prejuízo à reputação da empresa.
Em que consiste o gerenciamento de riscos psicossociais?
O gerenciamento de riscos psicossociais envolve identificar, avaliar e controlar os fatores que afetam o bem-estar psicológico dos funcionários. Logo, deve integrar a estratégia de saúde e segurança do trabalho da companhia. Suas etapas incluem:
- identificação: investigação e levantamento dos fatores estressores presentes no ambiente de trabalho;
- avaliação: análise do impacto causado por esses riscos aos trabalhadores e à organização;
- priorização: definição do foco de ação prioritário, com base na avaliação;
- intervenção: criação de novas políticas e implementação de medidas voltadas para a resolução do problema;
- monitoramento: acompanhamento periódico, a fim de verificar a eficácia das ações implementadas e promover os ajustes necessários.
Vale destacar que esse é um processo cíclico, essencial para a prevenção e controle dos riscos psicossociais. Portanto, deve integrar a rotina da empresa, visto que o ambiente de trabalho está em constante transformação.
Como identificar riscos psicossociais no local de trabalho?
Conforme explicamos, o gerenciamento de riscos psicossociais passa pela identificação de elementos estressores no ambiente organizacional. As formas de levantamento incluem: pesquisa de clima, análise de indicadores e de feedbacks.
Contudo, a estratégia mais eficiente para essa tarefa é a avaliação psicossocial que, por meio da aplicação de testes, escalas e entrevistas estruturadas, promove uma investigação robusta acerca da companhia e da percepção de seus colaboradores.
Um grande exemplo é o Inventário Psicossocial da Mapa, que faz esse diagnóstico com base em 6 escalas:
- Competências/exigências emocionais e cognitivas;
- Condições e estrutura de trabalho;
- Identidade;
- Relações interpessoais com grupos internos;
- Relações com grupos sociais externos;
- Saúde e bem-estar.
Juntos, esses instrumentos promovem uma análise completa, com base em 32 dimensões, o que permite levantar uma série de fatores de risco relacionados à saúde mental e ao bem-estar psicossocial dos trabalhadores.
Saiba mais sobre o Inventário Psicossocial da Mapa.
O que fazer quando identificar um risco psicossocial?
Ao identificar um risco psicossocial no ambiente de trabalho, tome medidas imediatas para lidar com a situação. É claro que as estratégias de gerenciamento dependem do problema, contudo, alguns passos importantes são:
- reconheça a existência do problema e busque uma solução: além de validar a questão, esse é o primeiro passo para resolver a situação;
- estabeleça uma comunicação aberta e segura: é importante ouvir a todos para entender a raiz do problema, sua extensão e impactos;
- ofereça apoio psicológico: proporcione escuta qualificada para dar início ao tratamento adequado, seja com profissionais da empresa ou conveniados;
- implemente práticas de bem-estar e saúde mental: com foco na importância de aspectos vitais para a saúde, como a qualidade do sono, prática regular de exercícios e alimentação saudável;
- documente o processo e atualize as políticas internas: esse movimento é essencial para controlar o problema e evitar que volte a ocorrer.
Esses são alguns exemplos de como tratar os problemas de maneira proativa, o que demonstra o comprometimento da empresa com a saúde de seus funcionários.
Como prevenir riscos psicossociais no trabalho?
A prevenção e controle dos riscos psicossociais requer alto grau de comprometimento por parte da organização. Como prioridade, é preciso focar na construção de um ambiente seguro e saudável, que valorize a qualidade de vida e tenha interesse genuíno na promoção do bem-estar de seus colaboradores.
Entre os principais exemplos de medidas práticas, temos:
1. Estabeleça uma cultura de apoio e valorização
Crie um ambiente no qual os funcionários se sintam valorizados e ouvidos.
2. Promova a saúde mental no ambiente organizacional
Realize campanhas educativas para conscientizar sobre saúde mental, hábitos saudáveis e estresse no trabalho.
3. Treine líderes e gestores
Qualifique os profissionais responsáveis pelas equipes para atuarem de forma mais empática e sensível em relação ao seu time.
4. Implemente políticas claras
Estabeleça códigos de conduta claros e rígidos, que especifiquem comportamentos e práticas inadequadas, a fim de prevenir problemas de assédio.
5. Aplique avaliações regulares
O acompanhamento constante do ambiente de trabalho é essencial, tanto para o gerenciamento de riscos psicossociais, quanto para sua identificação e prevenção.
Para isso, é importante contar com uma ferramenta que viabilize uma análise ampla e regular dos elementos que interferem na saúde e bem-estar dos trabalhadores.
E é aí que entra o Inventário Psicossocial da Mapa, um instrumento cientificamente validado, que permite identificar e monitorar fatores relativos ao indivíduo, à organização, ao trabalho e às interações sociais.
Confira o vídeo abaixo e entenda como funciona esse diagnóstico organizacional:
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