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Fatores de riscos psicossociais no trabalho: manual prático

fatores de riscos psicossociais no trabalho

Pressão por resultados, jornadas exaustivas, clima organizacional hostil, falta de reconhecimento. Esses são exemplos de fatores de riscos psicossociais no trabalho que impactam diretamente a saúde física e mental das pessoas que mantêm sua empresa em movimento.

Mais do que situações pontuais, esses sinais revelam um desequilíbrio na dinâmica organizacional. Quando ignorados, comprometem não só a estabilidade psicológica dos empregados, mas também a produtividade, a qualidade das relações internas e os resultados do negócio.

Quer entender melhor como surgem os fatores de riscos psicossociais no trabalho, por que merecem atenção e o que fazer para enfrentá-los? Neste artigo, você conhecerá os principais pontos de atenção e descobrirá estratégias para promover saúde emocional no ambiente corporativo.

Neste artigo, você aprenderá:

  • o que são riscos psicossociais no trabalho;
  • por que falar sobre fatores psicossociais no trabalho é urgente;
  • como a gestão dos fatores psicossociais transforma o trabalho;
  • 11 fatores psicossociais e como lidar com cada um;
  • o que muda com a atualização da NR-01?

O que são riscos psicossociais no trabalho?

Os riscos psicossociais no trabalho são condições do meio laboral, como clima organizacional, estilo de liderança, comunicação, relações interpessoais e ergonomia, que comprometem o bem-estar mental e físico dos trabalhadores. 

Quando negligenciados, aumentam o risco de estresse, ansiedade, esgotamento, queda de produtividade e adoecimento emocional.

O impacto desses fatores varia de pessoa para pessoa, já que cada situação se relaciona com aspectos individuais do profissional, como personalidade, histórico de vida e capacidade de resiliência.

Situações como prazos excessivos, ausência de apoio da liderança ou conflitos recorrentes com colegas muitas vezes causam estresse crônico e desencadeiam quadros como ansiedade, depressão, distúrbios do sono e até doenças cardíacas.

Por que falar sobre fatores psicossociais no trabalho é urgente?

A saúde mental deixou de ser um tema restrito aos consultórios para ocupar lugar nas pautas das empresas e políticas públicas.

Um marco importante dessa mudança foi a atualização da Lista de Doenças Relacionadas ao Trabalho (LDRT), feita pelo Ministério da Saúde. Com a inclusão de 165 novas patologias — como burnout, ansiedade, depressão e até COVID-19 em contextos ocupacionais — o número de doenças reconhecidas passou de 182 para 347.

Esse avanço reforça o papel das empresas na prevenção de riscos e na promoção de espaços mais seguros e saudáveis. Ignorar os fatores psicossociais significa não apenas comprometer a saúde dos empregados, mas também aumentar o risco de afastamentos, queda de produtividade, rotatividade e clima organizacional tóxico.

Como a gestão dos fatores psicossociais transforma o trabalho?

Gerenciar fatores psicossociais vai além de cumprir obrigações legais, representa uma estratégia inteligente de cuidado e sustentabilidade organizacional. A abordagem precisa ser preventiva, integrada e alinhada à realidade da equipe.

Entre as ações recomendadas estão os horários mais flexíveis, as oportunidades reais de crescimento, a adaptação dos espaços com foco em ergonomia e a promoção de uma cultura de respeito, diálogo e valorização das pessoas.

Além disso, treinamentos para lideranças, campanhas internas e programas de apoio humano também ajudam a construir um local mais saudável.

Cuidar desses fatores ajuda a fortalecer o engajamento, reduzir riscos e transformar a qualidade de vida no trabalho em parte real da cultura da empresa, refletida tanto nas ações quanto nos resultados.

Mas, para agir, é importante reconhecer os principais fatores de riscos psicossociais no trabalho. Confira a seguir quais aspectos merecem atenção, como afetam a saúde e o clima organizacional e o que fazer para gerenciar cada um deles.

11 fatores psicossociais e como lidar com cada um

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Problemas emocionais no contexto corporativo muitas vezes têm origem em fatores invisíveis da rotina, e reconhecer esses riscos é o primeiro passo para proteger a saúde mental e construir relações mais saudáveis no contexto profissional.

Confira os principais pontos de atenção e como agir em cada caso.

1. Gestão organizacional

A maneira como uma empresa organiza sua estrutura, lidera equipes e conduz processos influencia o emocional dos empregados. Uma gestão desorganizada, autoritária ou pouco transparente contribui para um cenário de insegurança, sobrecarga, frustração e queda no engajamento.

O que causa o risco?

  • Liderança sem preparo, centralizadora ou sem abertura para diálogo.
  • Contratações instáveis (como MEI e trabalho intermitente), que geram insegurança financeira.
  • Falta de benefícios e ausência de políticas definidas de proteção ao trabalhador.
  • Poucas oportunidades de capacitação e crescimento profissional.
  • Avaliações de desempenho injustas ou mal aplicadas.

Como gerenciar?

  • Capacitar lideranças para práticas mais humanas e participativas.
  • Oferecer contratos mais estáveis e garantir acesso a direitos básicos.
  • Criar planos de desenvolvimento e incentivar a progressão na carreira.
  • Estabelecer critérios justos e transparentes para avaliação de desempenho.
  • Garantir uma comunicação transparente nas mudanças e decisões da empresa.
  • Disponibilizar canais de apoio social e psicológico aos trabalhadores.

Exemplo prático

Uma empresa com alta rotatividade percebe que os empregados sentem insegurança quanto ao futuro na organização. 

Ao revisar seu modelo de contratação e investir em treinamentos de liderança, o clima melhora, a equipe se sente mais valorizada e o índice de desligamentos voluntários diminui.

2. Contexto da organização 

Uma organização cuidadosa do ambiente de trabalho, com rotinas claras, processos definidos e ferramentas adequadas, contribui significativamente para o bem-estar, a motivação e o desempenho das equipes. 

Quando implementada de forma eficaz, essa estrutura promove harmonia e eficiência. Por outro lado, quando mal planejada, tende a gerar desgaste, desorganização e tensões entre os empregados.

O que causa o risco?

  • Comunicação ineficiente entre áreas e equipes.
  • Uso de tecnologias desatualizadas ou mal integradas.
  • Estruturas organizacionais rígidas ou, ao contrário, sem definição consistente.
  • Excesso de tarefas com alta exigência de precisão, volume ou velocidade.
  • Falta de alinhamento entre expectativas e recursos disponíveis.

Como gerenciar?

  • Melhorar os canais e práticas de comunicação interna.
  • Investir em ferramentas tecnológicas que apoiem a rotina e não o compliquem.
  • Ajustar a estrutura organizacional para dar mais autonomia sem perder o foco.
  • Equilibrar demandas qualitativas e quantitativas com a capacidade da equipe.
  • Ouvir os profissionais sobre gargalos e oportunidades de melhoria nos processos.

Exemplo prático

Uma empresa enfrenta constantes atrasos em projetos e conflitos entre setores. Ao revisar seu fluxo das atividades, integrar um sistema de gestão de tarefas e promover reuniões de alinhamento, reduz mal-entendidos, melhora a cooperação e aumenta a eficiência da equipe.

3. Relações sociais 

Um bom ambiente de trabalho começa por relações saudáveis entre colegas. Quando há diálogo e respeito, tudo funciona melhor, as pessoas ficam mais animadas, trabalham com mais qualidade e se sentem bem no trabalho.

Mas quando o dia a dia é marcado por conflitos ou falta de consideração, o clima organizacional fica ruim, atrapalha o desempenho da equipe e deixa todo mundo desmotivado. Afinal, trabalhar num ambiente hostil é desgastante para qualquer pessoa.

O que causa o risco?

  • Falta de coesão entre os membros da equipe.
  • Baixa qualidade nas interações diárias.
  • Cultura que tolera ou ignora o assédio psicológico.
  • Ausência de respeito mútuo e apoio entre colegas.
  • Conflitos não resolvidos ou sem oportunidade para diálogo.

Como gerenciar?

  • Estabelecer políticas de convivência baseadas no respeito e na escuta.
  • Promover a inclusão, a diversidade e a equidade nas relações internas.
  • Criar canais de comunicação abertos e seguros para denúncias.
  • Realizar ações contínuas de sensibilização e prevenção ao assédio.
  • Investir em treinamentos sobre trabalho em equipe e inteligência emocional.
  • Atuar de forma rápida e transparente na mediação de conflitos.

Exemplo prático

Uma equipe apresenta alta rotatividade e queixas sobre o clima de trabalho. Após a implementação de rodas de conversa mensais, treinamentos sobre comunicação não violenta e a criação de um canal de escuta interna, a percepção de segurança psicológica aumenta e a produtividade da equipe melhora visivelmente.

4. Conteúdo das tarefas laborais

As tarefas que exigem muito esforço mental e emocional cansam e desgastam os empregados. Quando essas atividades são mal planejadas ou desorganizadas, é comum aparecerem sentimentos de cansaço excessivo, preocupação e estresse, o que afeta tanto os resultados do trabalho quanto o bem-estar de cada um.

O que causa o risco?

  • Tarefas com alta complexidade e prazos apertados, sem suporte adequado.
  • Responsabilidades elevadas que envolvem bens, dados sensíveis ou a segurança de outras pessoas.
  • Atendimento direto ao público em situações de conflito ou tensão.
  • Falta de definição sobre as funções e os sistemas de controle das atividades.
  • Sensação constante de não dar conta ou não ter as habilidades necessárias.

Como gerenciar?

  • Redefinir o volume de atividades com base na capacidade da equipe.
  • Fornecer apoio técnico e emocional para atividades com alta responsabilidade.
  • Oferecer treinamentos específicos para funções que exigem contato com interações
  •  humanas desgastantes.
  • Garantir descrição objetiva das funções e sistemas que orientam a rotina.
  • Criar canais de escuta para identificar dificuldades e ajustar processos.

Exemplo prático

Em uma central de atendimento, os empregados relatam esgotamento e dificuldade para lidar com clientes agressivos. 

A empresa implementa pausas programadas, oferece capacitação em gestão das emoções e cria um grupo de apoio interno. Como resultado, o clima melhora e as taxas de absenteísmo diminuem.

5. Condições do ambiente de trabalho

O espaço físico no qual o trabalho acontece exerce grande influência sobre a saúde física e mental dos profissionais. Lugares mal planejados ou inseguros aumentam o risco de acidentes, desconforto, doenças ocupacionais e, como consequência, elevação do estresse e da ansiedade.

O que causa o risco?

  • Temperatura inadequada, ruídos excessivos, iluminação deficiente e ventilação insuficiente.
  • Exposição constante a vibrações, agentes químicos ou biológicos.
  • Falta de higiene e saneamento.
  • Design ergonômico inadequado para as funções exercidas.
  • Acúmulo de fatores físicos que agravam o estresse no dia a dia.

Como gerenciar?

  • Realizar avaliações periódicas das condições físicas da empresa.
  • Investir em melhorias estruturais, como ventilação, iluminação e isolamento acústico.
  • Implementar medidas de segurança e controle de exposição a agentes nocivos.
  • Reestruturar os postos com foco em ergonomia.
  • Garantir limpeza regular e boas práticas de higiene nas áreas compartilhadas.
  • Monitorar a relação entre condições físicas e fatores psicossociais da equipe.

Exemplo prático

Em uma fábrica, empregados relatam dores frequentes e dificuldade de concentração. A empresa realiza uma análise ergonômica, ajusta mobiliários, melhora a iluminação e instala isolamento acústico. Após as mudanças, a equipe apresenta menos queixas físicas e maior produtividade.

6. Interação pessoa-tarefa

Os fatores de riscos psicossociais no trabalho também aparecem quando as condições oferecidas não acompanham as tarefas exigidas. Esse desalinhamento gera estresse, frustração, baixa autoestima e aumenta o risco de adoecimento psicológico.

O que causa o risco?

  • Desajuste entre as competências do trabalhador e as exigências da tarefa.
  • Falta de autonomia na execução das atividades.
  • Ausência de reconhecimento e valorização pelas entregas realizadas.
  • Pressão por agilidade e precisão em excesso, sem suporte adequado.
  • Acúmulo de responsabilidades com alto nível de exigência e cobrança.

Como gerenciar?

  • Alinhar as tarefas às habilidades e ao perfil dos profissionais.
  • Oferecer maior autonomia para a tomada de decisões no dia a dia.
  • Estabelecer práticas de reconhecimento consistentes e frequentes.
  • Monitorar prazos e metas para evitar sobrecarga e esgotamento.
  • Promover uma cultura que acolha falhas e estimule o aprendizado contínuo.

Exemplo prático

Uma empresa percebe aumento nos erros operacionais e queda no engajamento de parte da equipe. 

Após um mapeamento de competências, ajusta as atribuições de cada profissional, promove encontros de feedback e adota um programa de valorização interna. Como resultado, a equipe retoma a motivação e melhora a performance.

7. Jornada de trabalho

A maneira como a jornada de trabalho se organiza, em termos de duração, distribuição e previsibilidade, define o estado da saúde física e mental dos trabalhadores. Horários excessivos, irregulares ou mal planejados favorecem o esgotamento, afetam o sono e dificultam o equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

O que causa o fator?

  • Jornadas excessivamente longas e sem pausas adequadas.
  • Turnos noturnos ou alternados que afetam os ritmos biológicos.
  • Horários irregulares para refeições e descanso.
  • Frequência elevada de horas extras e ausência de intervalos semanais.
  • Trabalho intermitente com instabilidade de rotina e renda.

Como gerenciar?

  • Estabelecer limites para a duração da jornada e das horas extras.
  • Garantir pausas regulares e horários fixos para refeições e descanso.
  • Organizar escalas que respeitem o ciclo natural do sono, sempre que possível.
  • Evitar mudanças bruscas na rotina de turnos e reduzir a imprevisibilidade.
  • Monitorar os efeitos da carga horária na saúde e na qualidade de vida dos profissionais.

Exemplo prático

Em uma equipe com turnos, relatos de fadiga e dificuldade para manter hábitos saudáveis levaram a uma reorganização das escalas. Com mais intervalos e limite para horas extras, a equipe apresentou melhorias no sono, na produtividade e no bem-estar.

8. Violência e assédio moral ou sexual

Comportamentos abusivos no trabalho, como intimidações, ameaças, agressões (verbais ou físicas) e assédio sexual, prejudicam gravemente a saúde emocional dos empregados. Tais ações criam um clima hostil e inseguro, o que mina a confiança e a dignidade de todos.

O que causa o risco?

  • Intimidações, humilhações públicas e agressões verbais.
  • Assédio moral por meio de cobranças abusivas, isolamento ou manipulação.
  • Assédio sexual, com gestos, palavras ou atitudes de conotação sexual sem consentimento.
  • Ausência de canais seguros para denúncia ou medo de retaliação.
  • Tolerância institucional a comportamentos abusivos.

Como gerenciar?

  • Estabelecer e divulgar políticas de tolerância zero à violência e ao assédio.
  • Criar canais seguros, sigilosos e acessíveis para denúncias.
  • Oferecer treinamentos frequentes sobre ética, respeito e relações no trabalho.
  • Garantir investigação rápida, justa e sem retaliações em casos denunciados.
  • Promover uma cultura organizacional baseada no respeito, acolhimento e escuta.

Exemplo prático

Após receber relatos anônimos de assédio moral em uma área da empresa, a organização implementa um canal de escuta com mediação externa, promove treinamentos sobre conduta ética e realiza mudanças na liderança. Em poucos meses, o clima melhora e a equipe volta a se sentir segura e respeitada.

9. Discriminação

Ações discriminatórias prejudicam seriamente a saúde psicológica dos profissionais e, por consequência, enfraquecem a cultura da organização. Condutas como exclusão, preconceito e tratamento desigual abalam a autoestima, barram o crescimento na carreira e geram um ambiente de insegurança e desconfiança.

O que causa o risco?

  • Preconceito e exclusão por gênero, etnia, idade, orientação sexual, deficiência ou classe social.
  • Tratamento desigual em processos seletivos, promoções ou avaliações de desempenho.
  • Falta de representatividade nos cargos de liderança.
  • Piadas, comentários ofensivos ou microagressões normalizadas no cotidiano.
  • Ausência de mecanismos para denúncia ou enfrentamento da discriminação.

Como gerenciar?

  • Estabelecer políticas de diversidade, equidade e inclusão.
  • Garantir igualdade de acesso a oportunidades de crescimento e promoção.
  • Promover treinamentos sobre vieses inconscientes, respeito e inclusão.
  • Criar comitês internos de diversidade e canais para escuta ativa.
  • Avaliar continuamente a cultura organizacional e os indicadores de equidade.

Exemplo prático

Uma empresa identifica baixa representatividade de pessoas negras em cargos de liderança. Depois de mapear os dados, cria um programa de aceleração de carreira e revisa critérios de promoção. Com as ações, a diversidade nas lideranças começa a avançar.

10. Risco de morte e trauma 

Em locais com riscos de acidentes graves, a ameaça não se limita à integridade física, a saúde psicológica dos trabalhadores também sofre. A exposição contínua ao perigo gera medo, ansiedade e estresse crônico, o que abala a sensação de segurança e a estabilidade mental.

O que causa o risco?

  • Exposição frequente a situações com risco real de acidentes graves ou fatais.
  • Falta de equipamentos de proteção adequados ou mal utilizados.
  • Ausência de protocolos de segurança ou falhas na sua aplicação.
  • Situações traumáticas no trabalho sem acolhimento ou suporte.
  • Medo constante de sofrer ou presenciar acidentes.

Como gerenciar?

  • Reforçar a cultura de segurança e o uso correto de EPIs.
  • Implementar e revisar constantemente os protocolos de prevenção de acidentes.
  • Promover treinamentos periódicos sobre riscos e medidas de proteção.
  • Oferecer acolhimento e apoio psicológico em situações de trauma.
  • Criar canais de escuta para que os empregados relatem inseguranças.

Exemplo prático

Após um acidente com queimaduras em um setor industrial, a empresa revisa seus procedimentos, reforça o treinamento com simulações reais e oferece acompanhamento psicológico aos envolvidos. 

A iniciativa fortalece a confiança da equipe e reduz os níveis de ansiedade relacionados à atividade.

11. Desemprego e insegurança 

A instabilidade no vínculo empregatício compromete a segurança emocional dos trabalhadores. 

O medo constante de perder o emprego, especialmente quando reforçado por ameaças ou contexto hostil, gera estresse, ansiedade e sensação de desamparo — mesmo entre os que continuam empregados, o que aumenta os fatores de riscos psicossociais no trabalho.

O que causa o risco?

  • Clima organizacional marcado por ameaças e instabilidade.
  • Uso da possibilidade de demissão como ferramenta de controle ou intimidação.
  • Falta de transparência sobre critérios de desligamento ou estabilidade na função.
  • Demissões em massa sem comunicação prévia ou suporte aos desligados.
  • Insegurança financeira que afeta a vida pessoal e familiar.

Como gerenciar?

  • Promover uma cultura baseada em respeito e estabilidade mental.
  • Garantir comunicação aberta sobre decisões estratégicas e movimentações de equipe.
  • Estabelecer critérios justos e comunicados previamente para desligamentos.
  • Oferecer suporte psicológico e orientação profissional em casos de demissão.
  • Investir em políticas de valorização e retenção de talentos.

Exemplo prático

Após um período de cortes, a empresa percebe aumento nos níveis de ansiedade entre os profissionais remanescentes. 

Como resposta, passa a comunicar com mais transparência os rumos do negócio, promove rodas de conversa com a equipe e oferece apoio psicológico. O clima melhora e a confiança na liderança se fortalece.

O que muda com a atualização da NR-01?

Em maio de 2025, entrou em vigor a nova versão da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-01), que trouxe avanços importantes na gestão da saúde e segurança no trabalho.

O destaque principal é a inclusão dos fatores de riscos psicossociais no trabalho no Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), que tem como objetivo ampliar o foco para além dos riscos físicos.

Com a mudança, as empresas assumem a responsabilidade de identificar, avaliar e controlar os riscos psicossociais, como estresse, assédio, sobrecarga e jornadas prolongadas.

Desta forma, a integridade psicológica dos empregados se torna parte integrante das ações preventivas obrigatórias.

A norma também exige programas de prevenção mais completos, com foco em espaços saudáveis, equilibrados e livres de comportamentos abusivos ou discriminatórios.

Outras atualizações incluem:

  • Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) mais simples e adaptável às mudanças na rotina;
  • dispensa do PGR para MEIs, MEs e EPPs de risco 1 e 2, salvo em caso de riscos identificados;
  • treinamentos com possibilidade de formato online ou semipresencial, o que facilita o acesso dos trabalhadores à capacitação.

Essas mudanças representam um passo importante para as empresas promoverem locais mais seguros, humanos e alinhados às exigências legais.

Cuidar das pessoas começa com um bom diagnóstico

Entender o que afeta a saúde emocional de quem trabalha com você é fundamental, mas identificar seu impacto real exige ferramentas adequadas.

O Inventário Psicossocial da Mapa HDS avalia dimensões como equilíbrio psicológico, relações interpessoais, qualidade de vida e ambiente profissional.

Além disso, a ferramenta contribui para a prevenção de adoecimentos e apoia a tomada de decisões estratégicas. A seguir, alguns dos seus benefícios:

  • aplicação online e prática;
  • uso em admissões e exames periódicos;
  • prevenção de riscos psicossociais e emocionais;
  • integração com o teste de personalidade Mapa;
  • visão completa do indivíduo e das condições de trabalho.

Quer saber como aplicar na sua empresa? Fale com um especialista e descubra como proteger a saúde mental da sua equipe com mais estratégia e precisão.